Grandes Inventores: 13 personagens históricos que melhoraram a qualidade de vida da humanidade
- Orlando Menezes
- 11 de out. de 2021
- 17 min de leitura
Na primeira parte da série de posts sobre essa temática, destacamos grandes pesquisadores e inventores que deixaram uma contribuição fundamental para a humanidade
Esse post se compromete a destacar a importância dos conhecimentos adquiridos, das substâncias produzidas e das máquinas desenvolvidas e incorporadas com o tempo para o desenvolvimento da humanidade. Ao longo da evolução humana, esses destaques fizeram diferença para a manutenção da vida, restauração da saúde e para a melhoria do dia a dia dos seres humanos no Planeta.
A ideia é tentar seguir uma cronologia histórica. Assim, a publicação do 1º livro impresso no Ocidente do Planeta iniciará o Elenco de Eventos Históricos. A inteligência, o estudo, a resiliência e o altruísmo dos grandes cientistas, pensadores e estudiosos vencem o tempo, atravessando séculos. A humanidade continua aproveitando o feito dessas pessoas, garantindo uma qualidade cada vez melhor.
A essas mentes brilhantes, a nossa saudação e agradecimento. O produto dos seus feitos facilita a execução do trabalho, a produção, preparação e utilização dos alimentos; proporcionam conforto e a manutenção da saúde e da vida.
Johannes Gutemberg (imprensa e Bíblia)

O alemão Johannes Gutenberg, considerado o pai da imprensa (Foto: Reprodução)
Essa trajetória histórica começa abordando duas grandes conquistas muito afins, a Invenção da Imprensa e a publicação do 1° livro no Ocidente do Planeta, A Bíblia Sagrada. Dois dos acontecimentos mais marcantes da evolução da História da Humanidade.
A Invenção da Imprensa aconteceu a partir do desenvolvimento da 1ª máquina de impressão. Ela possuía letras de chumbo em relevo (tipos móveis), que formam palavras e textos, usados por tipógrafos. O mérito inventivo coube ao alemão Johannes Gutenberg (1398-1468). Com poucos recursos, mas grande boa vontade e perseverança, concluiu em torno de 1439 a prensa revolucionária.
Com o tempo, Gutenberg passou a ser conhecido como pai da imprensa. Através dele aconteceu a impressão e publicação do 1º livro ocidental, A Bíblia Sagrada. A técnica do inventor conquistou o mundo. Poucos anos depois, prensas e tipógrafos imprimiam e divulgavam por toda a Europa. Não só a Bíblia, mas livros científicos e outros que iriam revolucionar a humanidade.

Representação de como seria uma oficina de Gutemberg (Foto: Reprodução/DW)
Aproximadamente 100 anos após a publicação da 1ª Bíblia, surgiu o 1º jornal impresso. O desenvolvimento da arte de impressão seguiu seu rumo de forma acelerada. A Bíblia foi o 1º grande livro impresso no Ocidente. Sua publicação demorou bastante. O texto foi traduzido por São Jerônimo no século IV, com o título de VULGATA, do idioma hebraico para o latim. Atualmente, a Bíblia tem traduções para 700 idiomas.
A Bíblia de Mazari, como foi chamada na época, teve seu processo de impressão realizado entre 1450 e 1455. Na ocasião foram impressos (editados) 300 exemplares, na escrita gótica, com 641 páginas. Dessa Bíblia, apenas 60 exemplares remanescentes podem ser encontrados ao redor do mundo.
Posteriormente, a Bíblia foi reeditada com tradução do hebraico para o alemão. O livro cristão passou a ser escrito na língua portuguesa, a partir de 1753, pelo protestante João Ferreira de Almeida. A tradução oficial da Bíblia aconteceu em 2001, com o aval da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
A grande aceitação do Cristianismo levou a Bíblia a se tornar o livro mais impresso no mundo, de acordo com outro livro muito conhecido atualmente, o Guinness Book. O livro ou qualquer outra opção de leitura, se tornaram de fato, o grande amigo que nos ensina. É graças a ele também que viajamos em pensamento pelo mundo.
A imprensa e o livro têm sido, no decorrer do tempo, importantes aliados no processo de Educação dos povos. Também são considerados como responsáveis diretos pela evolução da Humanidade, tamanha a sua função na comunicação.
Ambroise Paré (cirurgia moderna)

Quadro de James Bertrand representa Ambroise cuidando de um paciente (Foto: Wikipedia Commons)
A História continua mostrando as pessoas que se destacaram mostrando para a Humanidade a importância do senso de observação e da inteligência para os seres humanos, os Homo sapiens. Estamos nos referindo ao médico francês Ambroise Paré (1509-1590), considerado o “Pai da cirurgia moderna“. Já no início de sua carreira como cirurgião barbeiro, Paré tinha o desejo de descobrir o melhor meio de aliviar a dor dos doentes no momento de um grande ferimento ou contusão grave.
A preocupação e os estudos de Ambroise o levaram a introduzir métodos inovadores e mais humanos, no tratamento de feridas graves, nos processos de cicatrização. Também empregou o uso de agulhas e o processo de laqueação arterial, no qual se apertava um vaso sanguíneo para prevenir ou parar uma hemorragia.
O grande médico conseguiu introduzir melhoramentos importantes na prática da cirurgia e na medicina. Embora tenha estimulado a prática de métodos humanitários e eficientes, Paré foi mal interpretado e seus métodos foram considerados perigosos e proibidos na época.
O objetivo de Ambroise Paré era, na verdade, extinguir o método de cauterização em azeite quente, muito utilizado na sua época. Para isso procurou cessar a hemorragia de forma natural, sem dor e com o mínimo de sofrimento. Como médico, conseguiu reduzir muito a prática das amputações em membros.
A História desse grande médico continuou. Sua dedicação ao trabalho e ao estudo o ajudou a curar e salvar muitas vidas. Sua característica humanitária e sua garra o fizeram superar as guerras, a inveja e o preconceito religioso. Ambroise Paré faleceu em 1950. Deixou exemplo de filantropia e dedicação à medicina. Com o tempo, os estudos sobre anestesia no mundo continuaram e novas substâncias anestésicas foram incorporadas aos processos cirúrgicos. Entre elas a morfina (analgésico), o ciclopropano (anestésico inalável) e o halotano (anestésico volátil líquido).
Quanto aos métodos cirúrgicos, foram desenvolvidos a anestesia venosa, também chamada de regional. Ela é usada em pequenas cirurgias no corpo e nos membros, neutralizando a sensibilidade local. A raquianestesia é feita pelas costas, com infiltração dentro da coluna, imobilizando membros inferiores e zona inferior do abdômen. Na anestesia peridural a injeção do líquido é feita ao redor do canal espinhal. Ela é utilizada no tórax, abdômen e em partos normais.
A evolução científica contribuiu para que hoje, tenhamos uma variedade de sedativos, hipnóticos e anestésicos à disposição dos médicos anestesistas. Essa especialidade médica é cada vez mais requisitada nos procedimentos cirúrgicos. A anestesia geral se caracteriza pelo estado de sedação, analgesia, amnésia e paralisia muscular. Sua indução ocorre pelo uso de medicamentos, que levam à perda da consciência.
Edward Jenner (vacina contra a varíola)

Imagem: Edward Jenner Museum
Ao longo do tempo, junto com a evolução da humanidade, muitas coisas positivas aconteceram para beneficiar a vida do ser humano. Muitas coisas desagradáveis também surgiram desafiando essa evolução. Uma delas aconteceu no fim do século XVIII. Nessa época, uma doença chamada varíola causava terror entre as pessoas na Inglaterra. Ela exterminou centenas de vida ou deixou sérias sequelas faciais e na pele.
Por volta do ano de 1765, vivia no país um estudante de medicina chamado Edward Jenner. O médico convivia com tal problema comunitário de saúde, lutando na busca de resultados positivos contra a temida doença.
Pensando na quantidade de pessoas que sofriam, Jenner, encarou o desafio médico e buscou interessantemente tratamento e cura para tão grande mal. Sua fé inabalável custou-lhe 20 anos de trabalho médico-científico. Finalmente, em 1796, tornou públicos os resultados científicos obtidos. Como prova de confiança nesses resultados, vacinou seus três filhos. Com esse gesto, confirmou a eficácia da vacina.
A vacina contra a varíola foi obtida a partir da retirada do líquido pustular variólico presente nas tetas das vacas contaminadas pelo vírus. O ciclo do estudo continuou quando foi possível identificar que as mulheres ordenhadoras se curaram durante o trabalho com as vacas. O líquido pustular das ordenhadeiras foi introduzido em criança de 8 anos. A criança contraiu a forma mais branda da doença, curando-se rapidamente. Na sequência, o garoto recebeu líquido de pústula de varíola humana, o que lhe garantiu imunidade.
A vacina contra varíola foi considerada historicamente a primeira vacina da humanidade. Ela apareceu 100 anos antes da Ciência conhecer os vírus e sua capacidade patogênica.
Apesar da vacina e dos resultados positivos apresentados, a vida de Jenner continuou difícil. Sofreu com indiferenças do meio científico e social, o que lhe rendeu descrédito e hostilidades.
O tempo passou e a História mudou. O valor científico da vacina aos poucos se concretizou e sua aceitação passou a ser incontestável. A cura e a prevenção da doença passaram a ter crédito, neutralizando a ação das forças contrárias. Os médicos paulatinamente passaram a aderir ante a eficácia da vacina. Finalmente, a varíola foi extinta na Inglaterra e outros países afetados e o nome de Edward Jenner foi saudado por todos.
Por volta de 1796, o inventor da vacina contra a varíola e seus 20 anos de estudo e trabalho venceram duas décadas de varíola no mundo. Foi um exemplo de trabalho humanitário e de amor à Ciência, marcado por simplicidade de gestos e por uma única ambição: a de ser útil a seus semelhantes.
Os anos passam, a população mundial cresce e o desenvolvimento humano caminha a longos passos. O ser humano observa esse desenvolvimento e a natureza à sua volta. Entre eles, alguns se destacam, munidos de curiosidade científica, inteligência e interesse por fazer algo importante para servir à humanidade. Assim aparecem os inventores, descobridores, grandes educadores e incentivadores da Paz Social.
Benjamin Franklin (para-raios)

Foto: reprodução
A História não para, e mostra a partir de agora um benfeitor humanitário chamado Benjamin Franklin (1706-1790). Esse cientista norte-americano destacou-se na área da evolução da eletricidade. Ele inventou o aquecedor elétrico, as lentes bifocais e o para-raios, que é o foco principal do nosso blog.
Franklin tinha grande curiosidade por fenômenos da natureza pelos experimentos científicos. Certo dia, observando o comportamento dos raios durante as tempestades, notou que eles eram atraídos para áreas pontiagudas dos telhados de casas. Pensando em poupar possíveis vítimas desses fenômenos, o que era comum na época, imaginou que os raios pudessem ser desviados para o solo, de forma segura para a população.
O cientista concluiu que os efeitos dos raios sobre o ser humano poderiam ser amenizados, assegurando, assim, a segurança da humanidade. Dessa forma, fortaleceu sua hipótese e partiu para um experimento prático, até chegar a uma teoria segura.
A teoria se tornou fato científico quando o cientista realizou um experimento importante. Em 1752 construiu uma pipa de seda, prendeu-a a um arame de metal finíssimo, que prendeu, por sua vez, a uma chave metálica. Amarrado à chave, foi colocado um cordão de seda (isolante elétrico).
Apesar de sofrer muitas críticas no meio social e científico, a teoria de Franklin tornou-se cientificamente importante. Ele provou que o metal atrai energia elétrica (raio) e que ela é transmitida através de um condutor, fio metálico e chave. Provou ainda que o fio de seda funciona como isolante elétrico.
A partir de sua teoria, Benjamin idealizou o para-raios, instrumento que manteve, a partir de então, a proteção de todos os corpos num raio equivalente ao dobro da altura de sua haste, que vai do solo até o ponto de recepção do raio. O para-raios continua salvando muitas vidas.

Exemplo de para-raios (Foto: Reprodução)
O para-raios hoje é constituído de três partes: uma haste metálica no ponto mais alto da torre ou prédio. Um cabo conector de cobre que se liga a haste e uma haste de cobre que fica no solo. A descarga elétrica é atraída e corre para o solo sem ônus para as pessoas.
Os estudos e a invenção de Benjamin Franklin foram e continuam sendo fundamentais na preservação da vida dos seres humanos. Por isso o destacado cientista sempre teve a admiração e o reconhecimento de todos.
Wells, Morton e Crawford (anestesia)
Horace Wells, William Morton e Crawford Long: co-criadores da anestesia (Imagens: Reprodução)
A evolução da civilização humana deve-se às descobertas e às invenções. Entre elas estão aqueles relacionados à prevenção e à manutenção da saúde humana. Elas transformam a vida, reduzindo a dor e o sofrimento. Uma dessas invenções foi o processo da anestesia, que dependeu da descoberta de uma substância anestésica, o éter e do aparelho para sua inalação pelo organismo.
O benefício que a anestesia trouxe para o homem dependeu da coparticipação de três grandes cientistas: Horace Wells, William Morton e Crawford Long. A histórica ideia partiu do dentista Horace Wells, quando assistia a uma palestra sobre o gás hilariante do riso. Na ocasião, um dos participantes inalou o gás, e logo depois machucou-se seriamente. Apesar do acidente, não demonstrou sentir dor, parecendo estar anestesiado. No dia seguinte repetiu a experiência consigo mesmo, confirmando o resultado que esperava, ou seja: o gás hilariante funcionava com anestésico.
Os estudos e aprendizado de Wells foram socializados com outro cientista, o também dentista, William Morton. A partir da socialização entre eles, tornou-se consenso a substituição do azoto pelo éter sulfúrico. Esse último se mostrou mais eficiente e com menor risco de provocar asfixia. Morton realizou experiência consigo mesmo, com seus assistentes e com animais.
Em 1845 teve início a propagação do método cirúrgico e da substância anestésica para uso na primeira cirurgia. No ano seguinte, a primeira intervenção cirúrgica oficial aconteceu, representando um marco histórico para a Medicina.
O procedimento cirúrgico inédito no mundo ocorreu em Boston, Estados Unidos, e teve a participação de Crawford W. Long (1815- 1878), médico, e dos dentista Horace Wells (1815-1848) e William Morton (1819- 1868). A cirurgia se constituiu na retirada de um tumor do pescoço de um homem jovem. O anestésico utilizado foi o éter sulfúrico, introduzido no paciente através de um aparelho para inalação

Quadro"Primeira anestesia com éter" (1894), de Robert C. Hinckley, representando a operação de Long, Wells e Morton (Imagem: Reprodução)
A evolução da Química e da Medicina contribuíram para que hoje, tenhamos uma grande variedade de sedativos, hipnóticos e sedativos, específicos para cada tipo de cirurgia. Em 1847, no meio médico, já se podia dizer para a humanidade que as dores durante as cirurgias seriam extintas.
A partir da aceitação definitiva pelos médicos, do uso de anestesias nas cirurgias, a especialidade médica de anestesista passou a ser mais requisitada com o passar do tempo. Os estudos conduziram à evolução das substâncias anestésicas . Sendo assim, foram incorporadas às cirurgias: morfina (1892), ciclopropano (1930) e halotano ( 1957 ).
A coparticipação humanitária dos três cientistas acima citados deixaram para sua geração e para as seguintes um grande legado: as cirurgias se tornaram menos dolorosas para os pacientes e mais seguras para os cirurgiões. Os procedimentos cirúrgicos também se tornaram específicos, de acordo com a abrangência corporal, ou seja: podem ser: raquianestesia (1898), local (1908) e epidural (1931).
Hans e Zacarias Janssen (microscópio)

Zacharias Janssen em gravura de Pierre Borel (Imagem: Wikipedia)
A mente humana, ávida por criar o novo e valorizar a curiosidade da espécie, impulsiona o desenvolvimento da sociedade. Dessa vez a Ciência comemora uma invenção que permitiu muitas descobertas científicas. Um instrumento óptico capaz de aumentar a visualização de objetos e organismos, antes impossíveis de serem visualizados pela vida humana.O meio científico o chamou de microscópio. Do latim, olhar pequenos objetos.
O crédito pela invenção dos microscópios pertence aos holandeses fabricantes de óculos, Hans Janssen e seu filho Zacharias, com o fato ocorrido em 1591. Através de instrumento ainda rudimentar, o cientista Anton Van Leeuwenhoek, observou micro-organismos, glóbulos vermelhos no sangue e espermatozóides no esperma.
Antes de Leeuwenhoek, porém, é importante ressaltar a participação do inglês Robert Hooke no melhoramento óptico do microscópio. A observação visual de Hooke resultou na descrição da estrutura celular da cortiça em 1665.
À esquerda: microscópio inventado por Hans e Zacharias Janssen. À direita, representação do modelo utilizado por Hooke para observar a estrutura celular da cortiça (Imagens: Reprodução)
A inteligência e a perseverança dos cientistas em relação ao microscópio continuam férteis. Assim, o processo de melhoria da qualidade técnica e da resolução óptica do instrumento de visualização do mundo microscópico continuaram evoluindo. O microscópio com resolução simples, de uma só lente, passou a ter duas ou mais lentes. Daí serem chamados de microscópios de feixe de luz, de campo claro e escuro ou de interferência.
Enquanto os microscópios iniciais conseguiam aumentar a visibilidade em 100 a 1000 vezes, outros mais modernos conseguiram atingir o poder de resolução entre 5 mil e 100 mil vezes. Alguns microscópios muito sofisticados, chamados eletrônicos de varredura, de transmissão ou de tunelamento poderiam atingir até 100 milhões de vezes de capacidade de visualização.
A microscopia é responsável pelas informações que a Ciência obtém sobre o mundo micro. Essa área da Ciência abriu caminho para o desenvolvimento da Tecnologia e suas aplicações. O microscópio continua prestando um grande serviço à Humanidade. O instrumento, que antes servia apenas a Biologia e à Medicina, hoje tem participação cada vez maior em outras áreas do conhecimento humano.
A tecnologia microscópica vem sendo importante na Química, através da produção de alimentos e medicamentos; na Física, na indústria em geral e continua ajudando a Biologia, através da Medicina e estudos biológicos e ambientais.
Samuel Hahnemann (homeopatia)

Imagem: Reprodução/Wikipédia
A partir do século XVIII o médico alemão Samuel Frederico Hahnemann (1755-1843), percebendo o atraso da Medicina, em relação ao processo de tratamento de doença, assumiu para si esse papel terapêutico. Sua atitude buscava corrigir uma grande falha na área médica.
De acordo com Hahnemann, na sua época não se pesquisava as causas das doenças, nem se buscava formas de cura menos cruéis. Os processos eram cruéis e muitas vezes inúteis. A sua convivência com essa inapropriada prática da Medicina o deixava insatisfeito e inclinado a mudar.
Após testar e ver aprovada muitas vezes, a ideia da similitude, Hahnemann fundou uma escola, atraindo discípulos com os quais experimentou medicamentos e tratamentos contra as doenças. Tudo isso deu um novo rumo à Medicina na época. A ideia de similitude tem como base a lei natural de cura, que diz: “os semelhantes se curam com os semelhantes“. A ideia deu origem à especialidade médica chamada homeopatia. Embora seja considerada de grande profundidade científica, é dita "Medicina dos pobres" e seus medicamentos são mais em conta e ao alcance de todos.
A homeopatia é portanto um sistema terapêutico em que o tratamento da doença se dá por meio de agentes que provocam uma afecção análoga àquela que se quer combater. Esse sistema se desenvolveu em desacordo com a teoria da Medicina convencional antiga, que considerava que os contrários combatiam os contrários. Com o tempo, a Medicina usual passou a ser chamada de alopatia, que quer dizer, afecção contrária.
A alopatia é considerada a metodologia de tratamento mais conhecida, cujo princípio é usar medicamentos que tratem a doença, produzindo efeitos contrários aos sintomas. Daí a razão para os medicamentos usarem um prefixo anti (contra). Alguns exemplos clássicos: antibiótico, antiinflamatório, antialérgicos e antigripais.
De acordo com a homeopatia, o organismo é estimulado a se fortalecer, buscando o equilíbrio homeostático, reagindo contra a doença. Ela investiga os sintomas e o paciente como um todo (corpo e mente). O uso de doses reduzidas, com pouca toxicidade, causam os mesmos sintomas produzidos pelas doenças.
Na alopatia a maioria dos medicamentos são de origem vegeta. Eles proporcionam elevado grau de eficácia, sendo os mais utilizados no mundo. Junto com os benefícios, são comuns o aparecimento de reações adversas com frequência.
Os medicamentos homeopáticos não passam por processos industriais. São preparados seguindo etapas de diluição, de acordo com prescrição médica. Por outro lado, os medicamentos alopáticos são produzidos em larga escala em indústrias farmacêuticas ou farmácias de manipulação.
O tratamento homeopático leva em consideração fatores da vida do paciente como: traumas, hábitos alimentares, percepção do mundo etc. Sua procura e importância vem crescendo como tratamento e prevenção. Apesar de ser reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como especialidade médica, a homeopatia ainda sofre preconceitos em relação à sua eficácia.
Samuel Hahnemann, apesar de sua abnegação à Medicina, chegou a ser mal interpretado e até perseguido pelos alopatas da época. Suas teorias são hoje seguidas e respeitadas pela classe médica em geral. Deixou um grande legado para a saúde do ser humano. Atualmente se constata que a Homeopatia e a Alopatia são usadas simultaneamente com resultados positivos para os pacientes.
Louis Pasteur (relação microbiologia-doenças)

Foto: Reprodução/Exploreyeast
Outro cientista que também teve grande importância na História da Química e da Medicina foi o francês Louis Pasteur (1822-1895). A Humanidade reconhece seu valor, principalmente pela descoberta dos agentes causadores das doenças e de suas formas de prevenção.
Pasteur provou que a Biogênese era na época a explicação viável para explicar a origem dos seres vivos. Através de experimento, mostrou que a decomposição orgânica dependia da ação de organismos vivos presentes na matéria a ser decomposta. Também inventou o processo de pasteurização, que impede a contaminação do leite e do vinho, que poderia causar a doença nos seres humanos. O processo consiste em eliminar a bactéria causadora, aquecendo o leite e o vinho até 62º C por 30 min., seguido por resfriamento brusco.
Especialista em estudos microbiológicos, o cientista fundou em 1887 o Instituto Pasteur, famoso Centro de Pesquisa. Louis Pasteur fundamentou a teoria microbiana que dizia: Algumas doenças são causadas por micro-organismos. Toda enfermidade infecciosa tem como causa um micro-organismo com capacidade de se propagar entre as pessoas .“
O grande cientista conseguiu identificar e combater muitas doenças infecciosas. Para ele era preciso estudar o causador das doenças e combatê-lo. A vacina antirrábica, por exemplo, foi por ele desenvolvida em 1885. Sua metodologia de aplicação era vacinar durante 13 dias, utilizando o vírus cada vez mais atenuado.
Louis Pasteur, embora químico por formação, e não médico, salvou muitas vidas humanas com seus estudos ligados à Química Médica. Na Medicina, mostrou a importância da esterilização do material hospitalar para a realização dos procedimentos médicos (1841). Foi ele que nos ensinou a importância preventiva da higiene das mãos. Ele usou como exemplo a febre puerperal, que no passado tirou a vida de muitas mulheres dentro do hospital.
De acordo com os estudos de Louis, a realização de procedimentos médicos sem a higiene das mãos, transmitia as doenças de uma pessoa para outras no hospital, através dos próprios médicos e enfermeiras. De posse de estudos e experiências, comprovadas em relação às doenças infecciosas, Pasteur fundou a Ciência da Imunologia. Ela veio reunir os conhecimentos científicos acerca dos agentes microbianos, a assepsia preventiva e a imunização vacinal.
O cientista também combateu doenças graves em animais. Entre elas, a cólera das galinhas, o mal rubro dos suínos e o carbúnculo de vacas, carneiros e aves. Assim, também ajudou a economia na França e no mundo, protegendo a pecuária contra os prejuízos causados pelas doenças dos animais.
A vida do grande químico não foi fácil. Ele enfrentou muitos obstáculos na difícil dedicação à Ciência. Lutou contra a inveja e a desconfiança. Venceu a todos sem perder o foco científico e o otimismo. Seu objetivo sempre foi preservar a vida. Louis Pasteur, perto do momento de sua morte, mostrou o seu apego à Ciência e o respeito à vida humana dizendo “Sinto muito morrer. Desejaria ter prestado maiores serviços à Humanidade. Tenho muito a fazer. Há um mundo para descobrir “
Seus estudos e experimentos, que resultaram em descobertas, invenções ou constatações científicas, salvaram muitas vidas. Sua vida e seu trabalho serviram como exemplo de dedicação e esforço em favor da manutenção da vida.
Robert Fulton e James Watt (navegação e máquina à vapor)
Retratos de Fulton e Watt (Imagens: reprodução)
A ânsia do ser humano em mudar de lugar e buscar ambientes mais adequados a seus desejos, sempre aconteceu ao longo da História. Assim, sua inteligência e criatividade o fez pensar no meio aquático como mais uma forma de locomoção neste vasto planeta.
Ao vislumbrar os mares e rios como meios eficientes para sua locomoção e também uma grande fonte de alimentos, o homem buscou uma relação mais próxima com os ecossistemas aquáticos. Para essa relação criou, duas palavras no seu vocabulário, a pesca e a navegação.
Foi no século XV que a navegação conheceu as velas, que passaram a impulsionar e dar movimento aos barcos, que há muito tempo dependiam apenas dos remos e forma humana para isso. A navegação à vela foi o suficiente para que o homem, em apenas cerca de 60 anos, conseguisse desbravar o resto do mundo.
A evolução na navegação ganhou destaque na construção de grandes embarcações com três mastros e dez velas. Os grandes veleiros, cada vez mais sofisticados e resistentes, proporcionam os grandes descobrimentos e colonização de países como o Brasil (1500) e a América (1492).
Até o início do século XVIII a navegação ocorria por ação de remos ou pela impulsão por velas. Já no início do século XVI, uma importante evolução do transporte marítimo acontecia, com o início da impulsão à vapor. A 1ª experiência real de sucesso com máquina a vapor aconteceu em 1707, quando uma máquina de pistão, movida a motor, foi montada no casco de um navio. O feito teve a autoria do físico francês Denis Popia.
Em 1765, o engenheiro norte-americano Robert Fulton, grande pesquisador e inventor, apaixonado pela navegação a vapor, construiu vários barcos até alcançar o sucesso definitivo. Entre 1806 e 1807, Fulton lançou na água o 1º navio a vapor. Ele tinha as dimensões de 50m por 5m e percorreu a distância de 240Km.
A máquina a vapor é basicamente a transferência de energia térmica do vapor em energia mecânica, através da expansão (pressão) do vapor d’água. Dessa forma, o avanço incrementou também o transporte ferroviário no mundo, através da locomotiva (1804).
Toda a evolução da energia a vapor só foi possível graças a invenção de um motor em 1769, pelo físico James Watt. O motor e a energia a vapor foram ponto de partida para incrementar a Revolução Industrial no Mundo.

Modelo de motor inventado por James Watt (Foto: Made up in Britain/Reprodução)
No fim do século XIX e início do século XX a máquina a vapor chegou aos automóveis, permanecendo nela por aproximadamente 30 anos. O motor evoluiu com uma invenção de Nicolaus August Otto: o motor de combustão interna (ciclo de otto 4t ). Em 1876 a evolução continuou com o motor a combustível líquido de George Brayton.
A máquina a vapor continuou sendo utilizada nos reatores nucleares, como forma de gerar eletricidade. O uso do carvão mineral iniciou a substituição da máquina a vapor, produzindo energia térmica nas usinas siderúrgicas.
Desde a metade do século XX , o motor de combustão interna, movido a combustíveis fósseis substituiu as máquinas a vapor nos navios. Atualmente, os navios têm como combustível o bunker oil, um derivado do petróleo constituído de óleo diesel e óleos residuais de petróleo.
A Humanidade está sempre em evolução e com ela as pessoas ilustres continuam se destacando, na sua afinidade em contribuir para uma melhor qualidade de vida para todos. Enquanto tivermos benfeitores que utilizam a inteligência e boa vontade em prol da sociedade, teremos muito a comemorar. O protagonismo dessas pessoas contribui, no transcurso da História, para reduzir os efeitos da dor, da doença e da morte.
Os conhecimentos gerados pelos estudos, as descobertas e invenções inerentes a essas pessoas especiais, continuarão proporcionando a Humanidade, conforto, tranquilidade, praticidade e respeito à vida e ao meio ambiente.
A segunda parte desse post será desenvolvida em breve e mostrará a importância social de outras grandes obras humanitárias registradas historicamente. Através na nova publicação serão homenageados(as) figuras como Alexander Graham Bell, Albert Einstein, Marie Curie e outros.
É vida que segue e a História da Humanidade continua. Com certeza haverá sempre alguém ávido(a) a aprender e a se informar. Espero que tenham aproveitado bem este Post. Agradeço a todos pela atenção.
Comments