A poesia de Pernambuco e o Roteiro dos Poetas do Recife
- Orlando Menezes
- 25 de jul. de 2020
- 11 min de leitura
Atualizado: 11 de out. de 2020
É hora de conhecer e valorizar nossas raízes poéticas e culturais

Estátua do poeta João Cabral de Melo Neto na Rua da Aurora, Recife
Somos de Pernambuco, estamos em Pernambuco. Vivemos num lugar onde a poesia está presente em todos os cantos. Ela tem lugar desde a Academia Pernambucana de Letras até a bodega mais simples do bairro mais periférico do nosso Estado.
Seja com toques de renovação ou com demonstração de resistência social, a poesia mostra seu valor. Ela continua conduzindo, com beleza e verdade o leitor(a) ou ouvinte para um mundo de prazer e alegria.
A quantidade de poesia em Pernambuco é imensurável. Podemos dizer ainda assim, que contamos com um pequeno-grande exército de mais de 200 poetas e poetisas, que fizeram ou fazem a poesia pernambucana brilhar. Eles e elas travam uma boa guerra contínua a favor dos bons sentimentos.
Seja nos versos de artistas consagrados como Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alceu Valença, Capiba, Nelson Ferreira, Ariano Suassuna e Paulo Freire ou na arte inovadora da geração de Chico Science, Jorge de Altinho, Miró, Cida Pedrosa, Spok, Lenine, Maestro Forró, Davi Teixeira e Jessiêr Quirino, a poesia se mantém encantadora, crítica e envolvente.
Alceu Valença, Gilberto Freyre e João Cabral de Melo Neto, alguns dos grandes artistas poéticos de Pernambuco
A cidade do Recife, capital do nosso Estado e nossa poética Veneza Brasileira, ajudou a tornar imortais nossas estrelas da arte musical e literatura. Ela deu um presente escultural a todos os pernambucanos: O Circuito da Poesia do Recife.
O Circuito da Poesia consiste num conjunto de 17 esculturas metálicas em tamanho natural, caracterizando os artistas poéticos do nosso Estado. Todas as obras foram trabalhadas pelas mãos de outro artista: o pernambucano radicado, artista plástico Demétrio Albuquerque Silva Filho.

Estátuas dos poetas Clarice Lispector e João Cabral, parte do Circuito da Poesia
Entre 2005 e 2007, doze esculturas foram fixadas pela pela Emlurb (Empresa de Manutenção de Limpeza Urbana do Recife), em locais estratégicos da cidade. Em 2017, mais cinco monumentos foram acrescentados ao roteiro. O circuito é um célebre destino de visitas pedagógicas e turísticas, atendias por quem aprecia e valoriza a nossa arte.

Vista da Rua da Aurora, onde estão localizadas três das dezessete estátuas do Circuito
É possível visitar a Veneza Brasileira e conhecer um pouco da história, arte e cultura da cidade, curtindo pontos turísticos situados estrategicamente próximos às 17 esculturas.
Infelizmente, devido à atual pandemia, esse programa rico e cultural tem que ficar para depois, mas trazemos abaixo uma breve biografia e localização das estrelas da poesia e artes musicais homenageadas no Roteiro da Poesia do Recife, além de mensagens poéticas dos mesmos. Tudo isso com o objetivo de mostrar a importância dos Circuito e dos poetas nele homenageados.
MANUEL BANDEIRA
Fotos:
Esq.: Manuel Bandeira (foto obtida em pt.wikipedia.org)
Dir.: Estátua do autor na Rua da Aurora, Recife (Foto: Marcus RG/Flickr)
Poeta modernista. Nasceu em 1886, em Recife-PE. faleceu em 1968 no Rio de Janeiro. Alguns destaques na literatura são os poemas "Os sapos" e "Cotovia", com o qual homenageou o Recife. Está sendo lembrado como estátua na Rua da Aurora. Um de seus poemas mais conhecidos é "Vou-me embora pra Passárgada"
"Vou-me embora pra Passárgada. Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura. Andarei de bicicleta. Montarei em burro brabo.
Subirei no pau-de-sebo. Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado, deito na beira do rio..."
BANDEIRA, Manuel. poema Vou embora pra Passárgada (fragmentos). 1954. Rio de Janeiro
Em relação ao poema "Vou embora pra Pasárgada", Bandeira disse:
"Num momento de fundo desânimo, da mais aguda sensação de tudo que eu não tinha feito na minha vida por motivo da doença, saltou-me súbito do subconsciente um grito estapafúrdio: Vou-me embora pra Passárgada. Senti (…) a primeira célula de um poema. Na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias."
JOÃO CABRAL DE MELO NETO

João Cabral de Melo Neto em sua posse na Academia Brasileira de Letras
Poeta surrealista popular, nasceu em 1920, em Recife e faleceu em 1999, no Rio de Janeiro. Suas obras mais conhecidas são "Morte e Vida Severina" e "Cão Sem Plumas". A sua escultura está situada na Rua da Aurora.

João Cabral deixou dito:
“Para mim a poesia é uma construção, como uma casa. Ela é uma composição. Quando digo composição, quero dizer uma coisa construída, planejada - de fora para dentro.”
Aqui, um trecho de um de seus belos poemas:
"É mineral o papel onde escrever o verso; o verso que é possível não fazer.
São minerais as flores e as plantas, as frutas, os bichos
quando em estado de palavra."
MELO NETO, João Cabral de, poema Psicologia da Composição (fragmentos). 1947. R.J.
ARIANO SUASSUNA

Foto: Igor Suassuna/pixabay
Foi poeta, dramaturgo, ensaísta e professor. Nasceu na Paraíba em 1927 e faleceu em Pernambuco em 2014. Entre os seus sucessos literários merecem destaques o"Auto da Compadecida" e "O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta". Sua representação escultural fica próximo ao Teatro Arraial Ariano Suassuna na Rua da Aurora.
Ariano deixou um grande legado e muitas mensagens como:
"A tarefa de viver é dura, mas fascinante."
"A Arte pra mim não é produto de mercado."
"Arte pra mim é missão, vocação e festa."
“É muito difícil vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil e o distingue entre país dos privilegiados e país dos despossuídos.”
CAPIBA

Foto retirada do site discogs.com
Músico, poeta e compositor carnavalesco, Lourenço da Fonseca Barbosa ou Capiba nasceu em Pernambuco em 1904 e faleceu em 1997. Entre os seus sucessos mais conhecidos estão a evocação ao Recife e seus blocos carnavalescos, "Voltei Recife" e o frevo em homenagem ao bloco Madeira do Rosarinho, chamado "Madeira que Cupim Não Rói". Foi homenageado com uma estátua na Rua do Sol, às margens do Rio Capibaribe.
Além da parceria musical com poetas ilustres, deixou canções bem conhecidas como "Madeira que cupim não rói" (1963).
"Madeira do Rosarinho. Vem à cidade sua fama mostrar. E trás com seu pessoal,
seu estandarte tão original.
Não vem pra fazer barulho. Vem só dizer… e com satisfação,
queiram ou não queiram os juízes o nosso bloco é de fato campeão."
BARBOSA, Lourenço da Fonseca. Madeira que cupim não rói. Disponível em: <m. letras.mus.b/.capiba/17419>
MAURO MOTA

Foto obtida no blog flaviochaves.com.br
Poeta, jornalista e ensaísta. Nasceu em 1911, no Estado de Pernambuco e faleceu no mesmo Estado em 1984. Destacou-se na literatura através das obras: Paisagem das Secas, Canto ao Meio e Imagens do Nordeste. Foi homenageado com a colocação da sua escultura na Rua da Roda (na Praça do Sebo).
O poeta retratava em suas obras, tramas do cotidiano em linguagem natural e espontânea. Entre elas destaca-se um fragmento do poema "O Companheiro":
"Quero deixar-me longe. Separar-me de mim. Abandonar-me.
Ser-me estranho. Parto, mas, onde chego, me reencontro.
Despeço-me de novo e me acompanho."
Disponível em: <Algumapoesia.com,br/poesia3/poesianet>
ALBERTO DA CUNHA MELO

Foto retirada do site Alguma Poesia
Poeta, jornalista e sociólogo. Nasceu em Pernambuco em 1942 e faleceu no mesmo estado em 2007. Editou dois livros importantes: "Soma dos Sumos" e "Dois Caminhos e Uma Oração". Sua escultura está no Parque 13 de Maio, em frente à Biblioteca Pública.
O poeta publicou 15 livros de poesia. Neste post destacamos um fragmento do poema "Asterisco":
Como um suicida que deixa uma carta em cima da mesa, para descansar a polícia, deixo o meu poema no mundo…
Disponível em: <www.fundaj.gov.br>
CARLOS PENA FILHO
À esq.: o poeta (foto retirada do blog nsantand.wordpress)
À dir.: estátua do mesmo localizada na Praca da Independência/ Praça do Diário, em recife (Foto: Ingrid Cordeiro/NE10, retirada do site poraqui.com)
Poeta, jornalista e advogado. Nasceu em Pernambuco, em 1929 e faleceu no mesmo estado em 1960, no Recife. Era conhecido como “Pintor de Palavras” e fazia parcerias com Capiba. O local escolhido para sua homenagem foi a Praça da Independência.
Com obras ricas em musicalidade e força visual, o poeta CARLOS PENA FILHO publicou, entre outros, o poema "A solidão e o seu desgaste":
"Frequentador da solidão, às vezes jogava ao ar um desespero ou outro,
mas guardava os menores objetos
onde a vida morava e o amor nascia.
O princípio e o fim da coisa amada,
guarda pouco da vida e o que retém
é só pelo impossível de eximir-se."
Disponível em: <https://www.portalsaofrancisco,com.br>
NANÁ VASCONCELOS
Fotos: Gert Chesi / Gerardo Lazzari, obtidas em pt.wikipedia.org
Músico de destaque no Brasil e no mundo. Nasceu em Recife em 1944 e faleceu também em Recife, 2016. Para fazer música suas mãos eram tão ágeis quanto às dos poetas. O Marco Zero do Recife foi o local escolhido para homenagear o artista.

Estátua de Nana Vasconcelos no Marco Zero (Foto: Daniel Tavares/PCR)
O percussionista transformou o seu berimbau em protagonista e ganhou o mundo. Suas performances musicais internacionais, garantiram durante 10 anos, participação especial em concertos e festivais. De volta ao Brasil, dirigiu o Festival Mundial de Percussionismo Panamericano.
Por oito vezes, foi eleito o melhor percussionista do mundo pela revista de jazz Down Beat. Ao ver no Brasil, tanta criança vivendo na rua, ficou impressionado e disse: “Isso me fez querer fazer alguma coisa". Criou então um Projeto Infantil ABC das Artes e da Música.
ANTÔNIO MARIA
À esq.: O jornalista e poeta em um quarto de hotel (Foto: Ademar Veneziano), retirado de pt.wikipedia.org
À dir.: Estátua do escritor na Rua do Bom Jesus, no Recife Antigo (Foto: Lais Castro Trajano/Flickr)
Poeta, compositor e cronista. Nasceu na cidade do Recife em 1921. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1964. Entre os sucessos literários: "Ninguém me ama" e "Menino Grande". O local da sua homenagem escultural é a Rua do Bom Jesus.
O poeta foi parceiro musical de muitos artistas de samba, principalmente na década de 1950. Na época, recebeu o título de Rei do Samba-canção. Foi autor de frases como:
"É muito importante isto de alguém nos incluir em seus planos de felicidade."
"Solidão é quando o coração, se não está vazio, sobra lugar nele que não acaba mais."
"Se você me encontrar dormindo, deixe; morto, acorde."
Fonte: <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/>
CHICO SCIENCE
Esq.: o artista em um photoshoot (retirada de letras.mus.br)
Dir.: estátua de Science na Rua da Moeda, no Recife Antigo (Foto: Leninha Lima/Flickr)
Poeta, cantor e compositor. Nasceu em Recife em 1966 e faleceu prematuramente em 1997. Foi criador do Movimento sociomusical Manguebeat. Destacou-se no cenário artístico com a produção sonora "Da Lama ao Caos". O local escolhido para homenagear o artista foi a Rua da Moeda.
Science chamou a atenção da mídia do Brasil e do Mundo, evidenciando inovação artística do seu grupo musical Chico Science e Nação Zumbi. Na época revelou:
"Fiz uma jam session com o grupo Lamento Negro, o grupo de samba-reggae, peguei um ritmo de Hip-hop e joguei no tambor de maracatu… vou chamar essa mistura de 'Mangue'."
Seu desempenho corporal performático gestual, aliado a fala cantada rítmica do rap, da embolada e do canto e gritos do rock só poderia dá certo. Tudo junto tornava suas apresentações um show, representando de certa forma um homem-caranguejo.
ASCENSO FERREIRA

Foto: Acervo Fundaj/MEC
Poeta modernista de 1ª geração. Nasceu em Recife em 1895 e faleceu, também no Estado de Pernambuco em 1965. Entre seus sucessos, os poemas: "Cana Caiana" e "Xenhenhen". Foi homenageado no Cais da Alfândega.
Ferreira escreveu entre outros, o seguinte poema:
"A escola que eu frequentava era cheia de grades como as prisões.
E o meu mestre, carrancudo como um dicionário;
complicado como as matemáticas,
inacessível como Os Lusíadas de Camões!
À sua porta eu estava sempre hesitante…
De um lado a vida… -- A minha adorável vida de criança:
Pinhões… Papagaios… Carreiras ao sol…"
Fonte: <https://www.escritas.org/minhaescola>
JOAQUIM CARDOZO
Fotos:
Esq: Fundação Oscar Niemeyer
Dir: vacatussa.com
Poeta modernista de 2ª geração, engenheiro estrutural e parceiro do arquiteto Oscar Niemeyer. Nasceu em Recife em 1897 e faleceu em Olinda em 1978. Publicou 11 livros, mesmo sem se considerar poeta. O seu primeiro, teve prefácio de Carlos Drummond de Andrade. Foi homenageado na Ponte Maurício de Nassau.
Engenheiro estrutural e parceiro de trabalho de Oscar Niemeyer dizia:
“Eu não sou bem um poeta. Minha vida é que é cheia de hiatos de poesia. Estruturas planejadas pelos arquitetos modernos são verdadeiras poesias."
”Eu não visualizo qualquer incompatibilidade entre poesia e arquitetura. As realizem esses projetos é concretizar uma poesia.”
LIÊDO MARANHÃO

Escritor, cordelista e cineasta. Nasceu em Recife em 1925 e faleceu em Olinda em 2014. Sua temática se relaciona ao cotidiano e movimentação popular. Publicou os livros "O Mercado", "Sua Praça" e a "Cultura Popular do Nordeste". Sua homenagem acontece através de escultura na Praça Dom Vital.
Tornou-se popular no Recife pela sua experiência em lidar de perto com a população mais humilde e trabalhadora do bairro de São José. Liêdo se auto-caracterizava assim:
”Sou Liêdo Maranhão de Souza, nascido no Recife,no bairro de São José. Sou dentista e esquizofrênico cíclico, como um amigo psiquiatra já me disse. Sou poliglota; falo espanhol, francês e falo gago, também.”
Ele levou consigo grande parte da memória do Recife do "povão", a enorme e profunda cultura popular do bairro de São José.
LUIZ GONZAGA

Nasceu em Exú-PE em 1912. Faleceu em Recife em 1989. Poeta, cantor e compositor, ficou conhecido como Rei do Baião. Entre seus muitos sucessos, destacam-se "Asa Branca" e "Juazeiro". O artista está representado em forma de escultura, na Praça da Estação Central do metrô.
Gonzaga também era intitulado Rei do Forró e das Festas Juninas. Compôs maravilhas do cancioneiro popular do Nordeste, como "Asa Branca".
"Quando olhei a terra ardendo, qual fogueira de São João.
Eu perguntei a Deus do Céu, ai
Por que tamanha judiação?
Que braseiro, que fornalha. Nem um pé de plantação.
Por falta d’água perdi meu gado. Morreu de sede meu alazão…"
GONZAGA, Luiz. Asa Branca. Disponível em: <m.letras.mus.br/luiz-gonzaga/47081>
SOLANO TRINDADE

Foto: Arquivo Nacional
Poeta, pintor, folclorista e teatrólogo. Nasceu em 1908 em Recife; Faleceu em 1974 no Rio de Janeiro. Fundou o Teatro Popular do Brasil. Algumas de suas obras de destaque: são "Poema do Homem", "Tem gente com fome" e "Canto Negro". Foi homenageado, em forma de escultura, no Pátio de São Pedro.
Um dos maiores animadores culturais do Brasil, Trindade foi considerado por muitos o criador da poesia “assumidamente” negra no Brasil. Solano dizia:
"A minha poesia continuará com o estilo do nosso populário, buscando no negro o ritmo, no povo em geral as reivindicações sociais e políticas e nas mulheres, em particular, o amor. Deixem-me amar a tudo e a todos.”
Disponível: <https://www.geledes.org.br/solano>
CLARICE LISPECTOR

Foto: Maureen Bisilliat/Acervo IMS
Jornalista e escritora. Nasceu na Ucrânia em 1920 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1977. Se naturalizou brasileira e destacou-se na literatura pernambucana. São destaques os seus livros: "A Hora da Estrela" e "Água Viva". Na Praça Maciel Pinheiro é encontrada a escultura dessa ilustre escritura.
Clarice é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX. São suas palavras:
“Talvez seja uma das experiências humanas e animais mais importantes. A de pedir socorro e, por pura bondade e compreensão do outro, o socorro ser dado. Talvez valha a pena ter nascido para que um dia mudamente se implore e mudamente se receba.”
LISPECTOR, Clarice. A Descoberta do Mundo. RJ, 1984.
CELINA DE HOLANDA
Fotos:
Esq.: Clóvis Câmpelo, retiradas de imagensehpalavras.blogspot.com
Dir.: Leonardo Villa Nova/Por Aqui
Poetisa e jornalista, nasceu no Cabo de Sº Agostinho, em 1915 e faleceu em Recife em 1999. Seus destaques literários: "O Espelho da Rosa" e "Os Amigos na Pracinha da Avenida Beira Rio". Na Praça José Sales, no bairro da Torre, está localizada sua escultura.
A poetiza e jornalista pernambucana deixou sua arte e inteligência em muitos poemas. Dentre eles selecionamos "Meridiano":
"Vivemos a grande noite. Cada amor em seu amor se oculta.
Quem nos roubou a ternura escondida?
O Corpo claro e diurno?
Como os animais e as crianças, um dia a vida será só vida."
Mapa do Circuito da Poesia
A seguir reproduzimos, com algumas adaptações, um mapa do centro da cidade que mostra a localização das 17 estátuas dos poetas aqui citados, buscando facilitar as visitas pedagógicas e turísticas.
Foram adicionados por mim ao mapa original os cinco monumentos acrescentados ao roteiro em 2017, para atender de forma completa todos os que apreciam e valorizam a nossa arte.

As esculturas estão distribuídas por bairros como São José, Boa Vista e Recife Antigo e cada uma identificada está na legenda localizada na parte inferior. As linhas azuis indicam sugestões de caminhos que podem ser seguidos à pé para conhecer as estátuas em sequência.
Além do mapa acima, você pode conferir o mapa interativo do Circuito feito pelo Diário de Pernambuco, disponível aqui.
Esse post não poderia ser concluído de outra maneira se não exaltando, como no seu início, o respeito e a resistência do povo pernambucano, em relação ao culto à poesia e a seus poetas e poetisas.
Vão-se os anos e as décadas, os artistas e os leitores, mas a poesia estará sempre na mente e no coração de quem valoriza a literatura e as artes afins. A tecnologia pode pode mudar a forma como a poesia se expressa, mas ela continuará fazendo parte da sabedoria popular, se fazendo presente em todos os lugares.
Nos resta parabenizar e respeitar os 17 artistas homenageados no circuito dos poetas e poetisas do Recife. Eles representam muitos outros. Parabenizamos também a Prefeitura da Cidade do Recife pela homenagem à poesia e artes afins. Também estão de parabéns os pernambucanos e brasileiros que apoiam e contribuem para a preservação da nossa Cultura.
Agradeço a todos que leram e prestigiaram esse post. Espero ter contribuído humildemente com aqueles que, como eu, vêem na poesia e artes em geral, ricas e agradáveis formas de comunicação.
Aproveito o momento para informá-los que nos próximos dias divulgarei os seguintes posts:
Parque de Dois Irmãos, Patrimônio Natural e Histórico dos Pernambucanos: uma injeção de natureza necessária à todos.
Parábolas bíblicas do Novo Testamento: entenda-as e utilize seus ensinamentos para ter uma vida melhor.
Fiquem ligados nas redes sociais do blog para mais atualizações.
Abraços e até breve!
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