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São João o ano inteiro: a riqueza cultural dos festejos juninos no Nordeste

  • Foto do escritor: Orlando Menezes
    Orlando Menezes
  • 11 de jul. de 2020
  • 13 min de leitura

Confira informações culturais e históricas do São João para ficar por dentro dessa manifestação cultural o ano inteiro!



Sabemos que o Nordeste Brasileiro respira o ciclo junino. O nordestino é forte e alegre, e festejar o Santo Antônio, São João e São Pedro faz parte de nossa rica tradição cultural.

Nesse post, faremos um resumo dessa riqueza tradicional, mostrando aspectos históricos, sociais e artísticos de uma das festas mais importantes do calendário nordestino. O objetivo é ir além do nosso especial de São João, postado no último dia 24, apresentando mais aspectos culturais dessas tradições tão ricas.


Afinal, a riqueza de detalhes e aspectos das festas juninas é grande o suficiente para ser apreciada apenas durante o curso espaço do mês de junho. Que o material a seguir sirva para despertar e estimular o interesse em nossa cultura o ano inteiro!

Origem dos festejos juninos



A História do ciclo junino reúne elementos históricos e antropológicos. Os povos primitivos, principalmente europeus, levavam em consideração a relação entre clima, produção agrícola e o calendário anual.

Os fenômenos naturais relacionados à agricultura, segundo esses povos, eram atribuídos a fatores mágicos e religiosos. Daí realizarem ritos para obter, sucesso em seus trabalhos agrícolas.

No Brasil aconteceu uma fusão de elementos da cultura indígena com o caráter religioso dos portugueses. Evoluíram ao longo do tempo, saíram da corte, passaram pela igreja e chegaram ao interior do país.

Hoje, as festas juninas tornaram-se festas religiosa e profanas, com características rural e doméstica, ganhando também aspecto comercial e de espetáculo.

Os festejos juninos e sua relação com a igreja e as ruas



A igreja Católica tem no mês de junho um dos momentos mais movimentados do ano. A homenagem dos três santos juninos dura quase todo o mês e é feita nas datas do nascimento de São João (24/06) e da morte de Santo Antônio (13/06) e São Pedro (29/06).


A homenagem a Santo Antônio é feita pelos católicos durante a trezena de orações. Ele é popular, padroeiro dos pobres e promove casamentos, através de rituais e adivinhações.


Já São João é representado na forma infantil como São João Bom Pastor. Os eventos Acorda Povo e Bandeira de São João são caminhadas feitas por fiéis católicos para levar o santo.


São Pedro encerra o festejos juninos. A homenagem ao santo pescador, discípulo de Jesus, Simão Pedro, é feita através de procissões marítimas e fluviais. É conhecido como chaveiro do céu.


As fogueiras dos festejos juninos são acesas em homenagem aos santos, relembrando o nascimento de João Batista, e em outro sentido, proteção da lavoura contra maus espíritos.


Os festejos juninos e as quadrilhas



A quadrilha é uma atração à parte . É uma ideia europeia do interior da Inglaterra no século 18. Chegou ao Brasil no início do século 19, se solidificando nos engenhos da região Nordeste. Foi se tornando popular, apesar do nome francês quadrille.


Com o tempo, a música francesa deu lugar ao forró, xote, baião e xaxado. A desenvoltura dos casais de dançarinos é o ponto forte da apresentação, e é comandada pelo marcador de passo.


A estrutura dos personagens das chamadas quadrilhas tradicionais é composta por: noivos e seus pais, padrinhos e madrinhas, padre, sacristão, delegado, juiz, escrivão, soldados, convidados e convidados.


Os costumes rurais perderam seu lugar a partir dos anos 80, dando lugar a músicas diferentes, gritos de guerra, lencinhos e elementos do carnaval, originando as quadrilhas estilizadas.


As quadrilhas dos anos 90 chegaram como espetáculo teatral, onde o figurino, adereços e efeitos especiais são destaques. São as quadrilhas recriadas.


Tradicional, estilizada ou recriada, o que importa é o espetáculo junino, que proporciona a manutenção da tradição.


Festejos juninos: suas músicas e danças




O forró comanda as festas juninas. Teve origem entre os migrantes nordestinos na 2ª metade do século XX. O termo forró significa música ou dança, ou festança. Para fazer a festa, só se precisa de zabumba, sanfona e triângulo.


O xote e o baião são historicamente anteriores ao forró. Significam dança e música para dançar e utilizam os mesmos instrumentos para tocar o forró.


O coco é um ritmo com muitas coreografias. Os dançarinos acompanham o som com pisadas de tamancos. Bombos, pandeiros e ganzás, tambores e zabumbas fazem a música acontecer.


O xaxado foi criado no sertão pernambucano e popularizado por lampião e seu bando. Os dançarinos aos pares fazem coreografias e sapateiam com os braços para trás. O som da dança é originado do ganzá, bombo e caixa.


A ciranda concentra-se principalmente no litoral de estados do Nordeste. Dança-se em grupo de muitas pessoas, de mãos dadas, formando uma grande rosa. O som para a dança é feito por ganzá, bomba e caixa. A coreografia imita as ondas do mar, com a marcação de passos pra dentro e pra fora.


Os fogos, as fogueiras e os bacamarteiros



A queima dos fogos de artifício, as fogueiras e bacamarteiros são comemorações que lembram fogo e esquentam as tradições juninas. Soltar fogos é preferência dos adultos, devido ao risco no manuseio. A luz e as cores que produzem embelezam o céu e marcam o evento.


A presença das fogueiras relembram o nascimento de São João Batista, de acordo com a tradição histórica cristã. Também são utilizadas para assar saboroso milho, plantado em março, no dia de São José.


Os bacamarteiros saem à rua em grupos num ritual de deflagração de armas grande e antigas. Fazem muito barulho, fumaça, relembrando a Guerra do Paraguai e o movimento do cangaço no sertão nordestino.


Utilizam como figurino uniforme de brim azul, lenço vermelho no pescoço, chapéu de couro, cartucheira e bacamartes. São simples agricultores e artesãos do povo que lutam para manter a tradição ao longo do tempo.



Gastronomia, decoração, vestuário e simpatias



As atividades do ciclo junino requerem preparação de comidas típicas, decoração de casas e ruas, confecção e utilização de roupas folclóricas e prática de simpatias e adivinhações.


A mesa alimentícia tradicional é composta basicamente de bolo pé-de-moleque, canjica, pamonha, milho assado e cozido. Todos eles têm como principal componente o milho, exótico no Brasil e nativo do México. Outros ingredientes como açúcar, ovos, macaxeira, coco, castanha, amendoim e canela também comandam o sabor.


A decoração de ruas, jardins ou casas salta aos olhos. Os arraiais são organizados para aproximar as pessoas e agradar a todos. Tradicionalmente são usados cordões de bandeiras e balões em cores. Material reciclável é muito bem utilizado atualmente.


Folião de São João é matuto e se veste à caráter. Os homens costumam usar calças jeans, camisa xadrez, lenços no pescoço, botas e chapéu de palha. Já as matutas geralmente usam vestido colorido ou estampado, com rendas e adereços.




A maioria das simpatias dos festejos juninos visam “arrumar” um casamento. Algumas delas são:


Faca na bananeira: na véspera de São João, a pessoa interessada deve fincar uma faca no tronco da bananeira e retirar no dia seguinte. A resina vai desenhar na faca a 1ª letra do nome do pretendente.


Pão de Santo Antônio: ir à igreja no dia 13 de junho e receber o pão abençoado. O pão deve ser mantido em casa, junto com outros alimentos, e não vai deixar faltar alimentos em sua casa.


São Pedro: No dia de São Pedro (29/06), após as celebrações, a pessoa interessada deve reunir as sobras de alimento do almoço e jantar, preparar a mesa com toalha branca, comida e talheres. À noite, o seu amor aparecerá em um sonho.


Brincadeiras domésticas dos festejos juninos


Corrida do limão na colher: Os concorrentes partem de um ponto comum, com um limão na colher. Ao som do apito todos correm para chegar a um ponto comum, sem deixar o limão cair da colher. Ganhará quem chegar ao ponto final como limão na colher. Brinca-se com mais de 4 pessoas, fazendo revezamento.


Correio elegante: o organizador da festa deve entregar um cartão de papel a cada um dos participantes da brincadeira. Nele deve estar escrito a mensagem, recado, poesia, etc. Dedicar a quem quiser e depositar em caixa. O organizador entregará ao destinatário a mensagem enviada.


Caça ao objeto junino: O organizador precisará de um apito e uma relação de objetos. Os participantes serão avisados do tempo e do objeto a ser procurado. Ao sinal, todos procuram o objeto. O segundo apito avisa o final do tempo de procura. Quem encontrar o objeto é o vencedor da brincadeira.


Corrida do milho: Os pares de participantes e devem receber uma colher e um copo descartável. Marcam-se duas linhas paralelas e distantes entre si. Na 2ª linha, pé colocado um recipiente contendo grãos de milho. As duplas ficam na 1º linha, cada uma com seu objetivo. Ao sinal do apito, quem está com a colher corre até a bacia com o milho e leva para encher o copo do parceiro com a colher. O movimento continua até que alguém encha o copo com milho mais rápido.


Dança do milho: Ao som de música junina, as duplas dançam com uma espiga de milho entre suas testas. Durante a dança não podem tocar no milho com as mãos ou deixá-lo cair. A música continua até que fique uma só dupla, a vencedora da brincadeira.


Pau de sebo: Os corajosos participantes sobem em alto mastro de madeiras escorregadio, banhado de sebo. O objetivo é alcançar a ponta do pau e ganhar o prêmio, que geralmente é em dinheiro.


Quebra-panela: É comum nas festas juninas e também em qualquer atividade festiva, inclusive infantil. A panela recheada de bombons é alvo dos participantes. Quem acertá-la na cabeça com os olhos vendados e com uma cacetada forte quebra a panela e espalha os bons, dando fim à brincadeira.


Artistas e sucessos musicais tradicionais juninos


O forró é um patrimônio nordestino e brasileiro. A dança e o som são contagiantes. Quem interpreta essa arte merece o nosso respeito. Vejamos um resumo desses artistas maravilhosos que destacam o forró no mundo, de Luiz Gonzaga até os dias atuais;.


Luiz Gonzaga



Músico e compositor de Exu (PE) que desde a década de 40 conquistou o Brasil e o mundo com sua sanfona. Cantando as tradições do Nordeste, ficou conhecido como Rei do Baião.


Ainda hoje, 30 anos após a sua morte, tem suas músicas fazendo sucesso nas festas juninas. São destaques: Asa Branca, São João da Roça, Xote das Meninas, Pagode Russo, A Triste Partida, Xote Ecológico e muitas outras.


Jackson do Pandeiro


Artista triplo paraibano, reuniu em uma só pessoa um grande cantor, compositor e instrumentista. Se tornou um intérprete de destaque no ritmo do coco de roda, entre as décadas de 50 e 60.


Foi um artista autodidata que influenciou nomes como Selma do Coco e Silvério Pessoa. Entre seus destaques musicais: “Sebastiana”, “Véspera de São João”, “Viva São João”, “Olha como tem Balão” e muitas outras canções.


Marinês



Foi cantora, compositora, atriz, apresentadora e multi instrumentista. Primeira mulher a formar um grupo musical no Nordeste, o Marinês e sua gente.


Teve seu auge da carreira na década de 50,l quando foi batizada como rainha do xaxado. Falecida há 13 anos, deixou sucessos como “Bate Coração”, “Só Gosto de Tudo Grande” e “Peba na Pimenta”. Deixou a importância da voz feminina na música regional.


Dominguinhos


Começou a carreira como acordeonista da Banda de Luiz Gonzaga, o que revelou na década de 80 sua influência artística, que veio de ritmos como baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz.


Criou obras importantes que até hoje fazem sucesso, após sua morte. Algumas delas são: “Abre a Porta” (com Gilberto Gil), “De volta para o aconchego” (com Nando Cordel). Isso aqui tá bom demais (com Chico Buarque). Além disso, interpretou: “Eu só quero um xodó”; “Por amor do forró”, “Forrozinho bom”, etc.


Zé Dantas


Médico e compositor e principal parceiro de Luiz Gonzaga, dono de grande criatividade musical desde seus 17 anos. Registrou em, suas canções tudo que existe no Nordeste do Brasil. Nasceu no Alto Pajeú, Pernambuco e morreu em 1962, aos 41.


O início da parceria vitoriosa com Luiz Gonzaga aconteceu em 1947. Até 1957 foram 50 sucessos e até hoje essa riqueza musical é admirada e cantada em todo Brasil. Para José Dantas, a parceria fundamental para a divulgação de costumes, arte e vida social do nordestino.


A história segue e outros artistas aparecem interpretando canções dos que nos deixaram ou novas composições. O importante é manter as nossas tradições culturais. Vejamos quem se mantém trabalhando a arte nordestina.


Trio Nordestino


Surgiu na Bahia. Sua formação original, em 1957, era Dominguinhos, Zé Minhoca e Zito. Contou com a ajuda de Luiz Gonzaga.


Em 1962, lançou seu 1º disco, já com uma segunda composição: “Lindu, Coroné e cobrinha”. O 1º disco agitou a música brasileira com a alegria e energia do sertão.


São destaques musicais: “Forró Pesado”, “Esquenta Moreninha”, “Chililique”, “É Madrugada”, “Procurando Tu” e muitos outros. O grupo continua em atividade com netos e filhos.


Genival Lacerda



Cantor e compositor paraibano. Outro ícone entre os forrozeiros do Nordeste e Brasil. Compositor de músicas bem humoradas e de duplo sentido. Ficou conhecido artisticamente com “Severina Xique-Xique”, “Radinho de Pilha”, “Mate o Véio, Mate”, “Não Despreze seu Coroa”e outras. Continua ativo, aos 89 anos, fazendo shows pelo Brasil.


Alcymar Monteiro



É compositor e um dos grandes intérpretes da música nordestina. Cearense, com 67 anos e conhecido como rei do forró.


Continua alegrando os nordestinos e brasileiros com seus shows, cantando sucessos como: “Vaquejada”, “Rosa dos ventos”, “A Morte do Vaqueiro”, “Acorda Povo”, “Fogueiras e Paixões”, “Sanfonia”, etc.


Elba Ramalho


Cantora, compositora, multi instrumentista e atriz. Grande incentivadora da cultura popular e intérprete de destaque da música nacional, inclusive o forró.


Ainda continua seguindo a carreira artística cantando sucessos como: “Explode Coração”, “De Volta pro Aconchego”, “Vozes da Seca”, “Lamento Sertanejo”, etc.


Alceu Valença



Cantor, compositor e instrumentista pernambucano. Com mais de 20 discos gravados teve influência do maracatu, coco e repente de viola


Grande carnavalesco e forrozeiro, aos 73 anos continua na vida artística, compondo e cantando ricas canções como “Anunciação”, “Morena Tropicana” e “Ai que Saudade d’Ocê”.


Jorge de Altinho



Cantor e compositor de forró, destacou-se a partir da década de 80. De origem cearense foi integrante da banda Trio Nordestino. Sua obra prima, o forró “Petrolina-Juazeiro”.


Gravou músicas memoráveis como “Nem Ligue”, “Foi Bom te Amar”, “Sou Feliz”, “Água Clara”, “Açúcar com Café”, “Pagode Matuto”, “O Grito da Natureza”, etc.


Flávio José



Cantor, compositor e instrumentista paraibano, é um grande intérprete de forró pé-de-serra no nordeste. Sanfoneiro dos melhores, teve com influenciadores Luiz Gonzaga e Dominguinhos.


Iniciou carreira artística aos 5 anos. Seus principais sucessos são “Caboclo Sonhador”, “Tareco e Mariola”, “Filho do Dono”, “O Poeta Cantador”, “A Poeira e a Estrada”, “Caia por Cima de Mim” e muitos outros.


A história da música nordestina continua acompanhando nossas tradições culturais. Os festejos juninos e a alegria do nordestino alimentam a força cultural. Os novos talentos vão aparecendo e reforçando legado deixado por seus ilustres antecessores.



O Brasil conta hoje com um vasto plantel de intérpretes da música nordestina. O forró, o

xote, xaxado, baião, coco originais ou eletrônicos continuam bem representados. São três gerações diferentes ditando o ritmo e esquentando os corações dos brasileiros e turistas com letras e músicas maravilhosas.


Pesquise e conheça mais sobre cada um deles, pois certamente irá gostar!


Santana, o Cantador

Cantor, compositor e pintor cearense

Simplicidade, talento e sucesso, algumas de suas características


Petrúcio Amorim




Cantor e compositor de forró pernambucano

Poeta e compositor de muitos artistas nordestinos


Cristina Amaral



Cantora e compositora pernambucana

30 anos dedicados à música


Silvério Pessoa



Pernambucano, cantor compositor e ilustre professor de música

Tem uma história dedicada ao legado cultural do seu povo.


Nena Queiroga



Criada em Recife, recebeu título de cidadã pernambucana

Considerada a rainha do carnaval de Pernambuco


Almir Rouche



Cantor e compositor pernambucano

Seu jeito simples de se comunicar o tornou um artista da nova geração admirado em todo o nordeste


Maestro Forró



Maestro e músico pernambucano

“Temos que ser o mais natural possível para viver melhor”.

Ilustre maestro de consideração internacional.


Nando Cordel



Cantor, compositor e instrumentista pernambucano.

Mais famoso como compositor que como intérprete.


Irah Caldeira



Mora em Recife e canta o autêntico forró pé-de-serra.

Apaixonada pela cultura do povo pernambucano.


Maciel Melo



Cantor e compositor pernambucano

Admirador do autêntico forró pé-de-serra. Se transformou em referência para cantores do forró nordestino


Nádia Maia




Recifense e forrozeira surgida nos anos 90.

Cantora de voz vigorosa e marcante. É considerada uma das intérpretes mais qualificadas do Brasil.


Frank Aguiar



Cantor, compositor e multi instrumentista piauiense

Carreira artística impactante entre 2013 e 2015 na TV

Ficou conhecido como cãozinho dos teclados com destaque para o forró


Solange Almeida



Baiana, festejando também o projeto Sol e Mar

Ex-vocalista da banda Aviões do Forró. Atualmente faz sucesso na carreira solo.


Lucy Alves



Uma das mais jovens artistas de sanfona do Brasil

Multi instrumentista, poeta e conhecida atriz paraibana.


Josildo Sá



O forrozeiro “mangueboy” pernambucano

“Levar cultura, amor, paz e alegria, forró e samba de latada são minhas armas”


Oswaldinho do Acordeon




Fez a fusão de ritmos nordestinos com a 5ª sinfonia de Beethoven

Nasceu no Rio de Janeiro, mas com fortes raízes nordestinas


Dorgival Dantas



Cantor, compositor e instrumentista natalense

Conhecido como poeta, por destacar o amor em suas composições.


A diversificação das bandas de forró



O autêntico forró pé de serra é tocado originalmente por banda constituída de triângulo, sanfona e zabumba. Essas banda levam o forró original ao Brasil e ao Mundo. São bons exemplos dessas bandas: Nordestinos do forró e Trio Nordestino. O xote e o baião também são tocados com os mesmos instrumentos.


O forró pé de serra não sai de cena e tem local e público certo. No Recife, importantes sedes do forró genuíno são: Sala de Reboco e Forró de Arlindo, nos bairros de Cordeiro e Dois Unidos, respectivamente.


As bandas de Pífano são também variações do forró pé de serra. As mais tradicionais estão no Estado de Alagoas. São também conhecidas como ‘’ Esquenta Mulher”. Diferem do forró em relação em relação a instrumentos.


O zabumba é substituído pelo pífano. A banda mais antiga do gênero é a de Caruaru. Fundada em 1924. As bandas de forró eletrônico possuem uma estrutura musical diferenciada. Possuem teclados, guitarra, bateria e baixo. Esses instrumentos foram incorporados já em 1980 pelo cearense Jorge de Altinho.


A mudança estrutural das bandas eletrônicas ou estilizadas permitia, além de forró, a execução de gêneros como: rock, axé e lambada. Atualmente as bandas mais conhecidas nesse estilo são: Limão com Mel, Mastruz com Leite, Magníficos, Saia Rodada, Aviões do Forró, Calcinha Preta e Cavaleiros do Forró

As bandas de forró eletrônico também tem papel importante na Cultura Popular do Nordeste. Elas estimulam a manutenção do forró pé de serra, tocado e cantado na sua forma autêntica e original. Juntas mantém a alegria e tradições nordestinas no ciclo junino.


Veja algumas informações sobre as bandas mais conhecidas e tradicionais. Conheça mais sobre as bandas de forró eletrônicas. Pesquise:


Limão com Mel



Formada em Pernambuco em 1993. Seus primeiros sucessos foram: "Anjo Querubim" (1995) e "Eterno Amor" (2004).


Mastruz com Leite



Originária de Fortaleza (CE). Foi a pioneira em forró eletrônico (1990). Sucessos: "Arroxa o nó", "Flor do mamulengo" e "Tatuagem".


Magníficos



Criada em 1995 na Paraíba. Seus sucessos importantes são: "Me usa" (1998) e "Você Nunca me amou" (2007).


Saia Rodada



Formada em Natal no ano 2000. A consagração veio em 2005, com o lançamento do 1º DVD. Destaques: "Coelhinho" e "Swing Louco".


Aviões do Forró



Iniciou no Ceará em 2002. Encerrou em 2018. Alguns de seus sucessos: "Casal Raiz" (2019) e "Chupa Que é de Uva" (2009). Seus ex-vocalistas, Xande e Solange, seguiram carreira-solo.


Calcinha Preta



Formada em Sergipe, em 1995. Caracteriza-se por fazer forró romântico. sucessos: Como "Vou Deixar Você" (2007), "Liga Para Mim" (2009) e "Cobertor" (2020).


Cavaleiros do Forró



Nasceu em Natal , em 2001. Sucessos: "Não Pegue Esse Avião" (2018) e "A Vontade que Eu Tenho" (2020).

Falamansa



Banda de forró sem origem nordestina. Teve origem em São Paulo, 1998. Fez do Sul do País, um nordeste forrozeiro, introduzindo o forró nas noites paulistas. Sucessos: "Rindo à Toa" (2000) e "Xote dos Milagres" (2010).



Caros leitores e leitoras, concluo esse post dizendo que foi bom pesquisar e escrever sobre um assunto agradável e tradicional como é o ciclo junino no nordeste. Sabemos que melhor ainda é vivenciar os aspectos interessantes da nossa cultura popular.


Espero que o conteúdo do texto tenha agradado e auxiliado no esclarecimento de dúvidas ou na incorporação de conhecimentos. Um abraço a todos e gratidão pela atenção!

Fontes


Sites/ fontes online


TRIO NORDESTINO. Trio Nordestino, 2014. Disponível em: <www.trionordestino.com.br>. Acesso em: 1 de julho de 2020


FORRÓ. Wikipedia, a enciclopédia livre, 2020. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Forró>. Acesso em: 1 de julho de 2020.


GASPAR, Lúcia. Bandas de Pífano. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/undefined/pesquisaescolar>. Acesso em: 1 de julho de 2020


Conheça o desfile dos Bacamarteiros que é tradição no São João de Caruaru, PE. G1 Globo News. Disponível em: <https://g1.globo.com/globonews/estudio-i/video/conheca-o-desfile-dos-bacamarteiros-que-e-tradicao-no-sao-joao-de-caruaru-pe-7715681.ghtml>. Acesso em: 2 de julho de 2020.


SILVA, Daniel Neves. "Origem da festa junina"; Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/detalhes-festa-junina/origem-festa-junina.htm>. Acesso em 1 de julho de 2020.


Cepe disponibiliza acervo digital da revista Continente Documento, fora do ar há 13 anos. Diário de Pernambuco, 8 de abril de 2020. Disponível em: <https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/viver/2020/04/cepe-disponibiliza-acervo-digital-da-revista-continente-documento-for.html: Acesso em: 30 de junho 2020


Enciclopédia Itaú Digital, 2020. Disponível: <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/>. Acesso em: 1 de julho de 2020.


Literárias


Enciclopédia da Música Brasileira: Erudita, folclórica, popular. 2º Ed. rev. e atual. Art. Editora/ Itaú Cultural. 1998.


CASCUDO, Luiz da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. São Paulo. Ed, Global. 2001.


CONSTANTINO, Manoel. Ciclo junino em brincantes. Recife. Fundação de cultura da cidade do Recife. 2000.


LIMA, Cláudia. Tachos e panelas. Historiografia da alimentação brasileira. Recife. 1999.


Biografia de vários artistas citados


Site Ouvir Música: <ouvirmusica.com.br>


Site Letras de Músicas: <letras.mus.br>




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